quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Cansaço...


O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas -
Essas e o que faz falta nelas eternamente -;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo,
Cansaço...



Fernando Pessoa

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Metade




"(...) Porque metade de mim é amor, e a outra metade...também."

Oswaldo Montenegro

domingo, 26 de setembro de 2010



"Eu vou nomeando meus sonhos um por um. Colocando metas, fazendo projetos, com os dedos cruzados e minhas melhores vibrações. Claro que eu me frustro, faz parte da vida. Mas meu chão eu fiz de mola. Posso cair todos os dias, mas o resultado da minha queda é o impulso."


Fernanda Gaona

sábado, 25 de setembro de 2010

"Sábado é sempre sábado. Igual em Paris, Porto Alegre ou Cingapura.
Sempre no ar aquela expectativa - pizza, cinema ou beijo, não importa."


"Eu quero um colo, um berço,
um braço quente em torno ao meu pescoço,
uma voz que cante baixo e pareça querer
me fazer chorar. Eu quero um calor no inverno,
um extravio morno de minha consciência e
depois sem som, um sonho calmo, um espaço enorme,
como a lua rodando entre as estrelas…"


___Caio Fernando Abreu___

sexta-feira, 24 de setembro de 2010




"A maior prisão que podemos ter na vida é aquela quando a
gente descobre que estamos sendo não aquilo que somos, mas o que o
outro gostaria que fôssemos.

Geralmente quando a gente começa a viver muito em torno do que o outro
gostaria que a gente fosse, é que a gente tá muito mais preocupado com
o que o outro acha sobre nós, do que necessariamente nós sabemos sobre
nós mesmos.


O que me seduz em Jesus é quando eu descubro que Nele havia uma
capacidade imensa de olhar dentro dos olhos e fazer que aquele que era
olhado reconhecer-se plenamente e olhar-se com sinceridade.

Durante muito tempo eu fiquei preocupado com o que os outros achavam ao
meu respeito. Mas hoje, o que os outros acham de mim muito pouco me
importa [a não ser que sejam pessoas que me amam], porque a minha
salvação não depende do que os outros acham de mim, mas do que Deus
sabe ao meu respeito."

Padre Fábio de Melo

quarta-feira, 22 de setembro de 2010


Chico Xavier costumava ter em cima de sua cama uma placa escrita: ISSO TAMBÉM PASSA! Então perguntaram à ele o porquê disso... Ele disse que era para que quando estivesse passando por momentos ruins, se lembrar de que eles iriam embora, que iriam passar, e que ele estava vivendo isso por algum motivo. Mas essa placa também era para lembrá-lo de que quando estivesse muito feliz, não deveria deixar tudo para trás e se deixar levar, porque esses momentos também iriam passar e momentos difíceis viriam novamente. É exatamente disso que a vida é feita, momentos. Momentos que TEMOS que passar, sendo bons ou não, para o nosso próprio aprendizado. Nunca esquecendo do mais importante:
NADA NESSA VIDA É POR ACASO.
Absolutamente nada. Por isso temos que nos preocupar em fazer a nossa parte, da melhor forma possível.. A vida nem sempre segue o nosso querer,
Mas ela...

É PERFEITA NAQUILO QUE TEM QUE SER!!!

Chico Xavier

segunda-feira, 20 de setembro de 2010



"Eu não sou tão triste assim....
É que hoje estou CANSADA!"

Clarisse Lispector



domingo, 19 de setembro de 2010



"Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada. Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram. Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue; outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés. Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho… o de mais nada fazer."


Clarice Lispector


sábado, 18 de setembro de 2010


"(...)O amor não acaba. O amor apenas sai do centro das nossas atenções. O tempo desenvolve nossas defesas, nos oferece outras possibilidades e a gente avança porque é da natureza humana avançar. Não é o sentimento que se esgota, somos nós que ficamos esgotados de sofrer, ou esgotados de esperar, ou esgotados da mesmice. Paixão termina, amor não. Amor é aquilo que a gente deixa ocupar todos os nossos espaços, enquanto for bem-vindo, e que transferimos para o quartinho dos fundos quando não funciona mais, mas que nunca expulsamos definitivamente de casa."


Martha Medeiros

sexta-feira, 17 de setembro de 2010


“...Eu proponho uma campanha de saúde pública:
vamos ser mais bem humorados, mais desarmados.
Podemos ser cidadãos sérios e respeitáveis e, ao mesmo tempo,
leves.
Basta agir com delicadeza, soltura,
autenticidade, sem obediência cega às convenções, aos padrões, aos patrões...
Um pouco mais de jogo de cintura, de
criatividade, de respeito às escolhas alheias.
Vamos deixar para sofrer pelo que é
realmente trágico, e não por aquilo que é apenas incômodo, senão fica impraticável atravessar os dias...”
.

.
.
(Martha Medeiros)

quarta-feira, 15 de setembro de 2010




Em muitos trechos do caminho, às vezes bem longos, carregamos muito peso na alma sem também notar.
A gente se acostuma muito fácil às circunstâncias difíceis que às vezes podem ser mudadas.
A gente se adapta demais ao que faz nossos olhos brilharem menos.
A gente camufla a exaustão.
A gente inventa inúmeras maneiras para revestir o coração com isolamento acústico para evitar ouvi-lo.
A gente faz de conta que a vida é assim mesmo e ponto.
A gente arrasta bolas de ferro e faz de conta que carrega pétalas só pra não precisar
fazer contato com as nossas insatisfações e agir para transformá-las.
A gente carrega tanto peso, no sentimento, um bocado de vezes, porque resiste à mudança.
Até o dia em que a alma, cansada de não ser olhada, encontra o seu jeito de ser vista e de dizer quem é que manda.


(Ana Jácomo)

segunda-feira, 13 de setembro de 2010



A PORTA DO LADO




Em entrevista dada pelo médico Drauzio Varella, disse ele que a
gente tem um nível de exigência absurdo em relação à vida, que queremos
que absolutamente tudo dê certo, e que, às vezes, por aborrecimentos
mínimos, somos capazes de passar um dia inteiro de cara amarrada.


E aí ele deu um exemplo trivial, que acontece todo dia na vida da gente...


É quando um vizinho estaciona o carro muito encostado ao seu na
garagem (ou pode ser na vaga do estacionamento do shopping). Em vez de
simplesmente entrar pela outra porta, sair com o carro e tratar da sua
vida, você bufa, pragueja, esperneia e estraga o que resta do seu dia.


Eu acho que esta história de dois carros alinhados, impedindo a
abertura da porta do motorista, é um bom exemplo do que torna a vida de
algumas pessoas melhor, e de outras, pior.


Tem gente que tem a vida muito parecida com a de seus amigos,
mas não entende por que eles parecem ser tão mais felizes.


Será que nada dá errado pra eles? Dá aos montes. Só que, para
eles, entrar pela porta do lado, uma vez ou outra, não faz a menor
diferença.


O que não falta neste mundo é gente que se acha o último
biscoito do pacote. Que "audácia" contrariá-los! São aqueles que nunca
ouviram falar em saídas de emergência: fincam o pé, compram briga
e não deixam barato.


Alguém aí falou em complexo de perseguição? Justamente.
O mundo versus eles.


Eu entro muito pela outra porta, e às vezes saio por ela também.
É incômodo, tem um freio de mão no meio do caminho, mas é um problema
solúvel. E como esse, a maioria dos nossos problemões podem ser
resolvidos assim, rapidinho. Basta um telefonema, um e-mail, um pedido
de desculpas, um deixar barato.


Eu ando deixando de graça... Pra ser sincero, vinte e quatro
horas têm sido pouco prá tudo o que eu tenho que fazer, então não vou
perder ainda mais tempo ficando mal-humorado.


Se eu procurar, vou encontrar dezenas de situações irritantes e
gente idem; pilhas de pessoas que vão atrasar meu dia. Então eu uso a
"porta do lado" e vou tratar do que é importante de fato.


Eis a chave do mistério, a fórmula da felicidade, o elixir do
bom humor, a razão por que parece que tão pouca coisa na vida dos outros
dá errado."


Quando os desacertos da vida ameaçarem o seu bom humor, não
estrague o seu dia... Use a porta do lado e mantenha a sua harmonia.
Lembre-se, o humor é contagiante - para o bem e para o mal - portanto,
sorria, e contagie todos ao seu redor com a sua alegria.

A "Porta do lado" pode ser uma boa entrada ou uma boa saída...
Experimente!!!

Por Dráuzio Varella

sábado, 11 de setembro de 2010


"... "Mas como menina-teimosa que sou, ainda insisto em desentortar os caminhos. Em construir castelos sem pensar nos ventos. Em buscar verdades enquanto elas tentam fugir de mim. A manter meu buquê de sorrisos no rosto, sem perder a vontade de antes. Porque aprendi com a Dona Chica, que a vida, apesar de bruta, é meio mágica. Dá sempre pra tirar um coelho da cartola. E lá vou eu, nas minhas tentativas, às vezes meio cegas, às vezes meio burras, tentar acertar os passos. Sem me preocupar se a próxima etapa será o tombo ou o voo.
Eu sei que vou...."

(Caio Fernando Abreu)

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Independência ou Morte

Tem uma série de coisas que a gente deseja na vida: uma profissão que nos realize, uma intensa vida afetiva, viagens, amigos, descobertas.Mas se eu tivesse que resumir em uma única palavra o que considero a mais importante conquista, esta palavra seria: INDEPENDÊNCIA.No dia 7 de Setembro comemora-se a Independência do Brasil. No entanto, prefiro comemorar a minha, a sua, a nossa.Não há quem não sonhe em trabalhar por conta própria, ser patrão de si mesmo. Os que conseguem, não trocam por nada. Como conseguir isso? Dominando um ofício, indo além do que os outros aprenderam, fazendo as coisas do seu próprio jeito, arriscando. Parece difícil...e é.E mais difícil ainda ser independente no amor. Paixão não entra nessa conversa. Quando estamos apaixonados somos todos dependentes de telefonemas, de e-mails, de declarações, de presença constante. Já o amor, que é um estágio posterior, mais sereno e seguro que a paixão, permite o desenvolvimento da independência. Você não precisa estar em todos os lugares que seu amor está, você não precisa concordar com tudo que ele pensa, você não precisa abdicar de todos os teus projetos, você se sustenta, você conta, você existe. Tem gente que não abra mão disso por puro comodismo. Prefere ser uma sombra, um sparing. Defende-se dizendo que não tem outro jeito. Mentira. É uma escolha. Ir sozinha ao cinema, pagar suas dívidas, viajar, dirigir, não afligir-se (tanto) com a opinião alheia. Saber cozinhar pra si mesma, entreter-se com hábitos solitários como a leitura, pegar um táxi, resolver os próprios problemas, tomar decisões com confiança. Não “precisar” dos outros, e sim contar com os outros para aquilo em que são insubstituíveis: companhia, sexo, risadas, amizade, conforto.Se você ainda não atingiu este estágio, suba num cavalo imaginário e dê seu grito do Ipiranga. Ficar amarrada à vida alheia faz você viver menos a sua.Nada de fazer-se de desentendida só para não se incomodar.

Incomode-se. DEPENDÊNCIA É MORTE.

Martha Medeiros



sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Sensibilidade Masculina

O desrespeito à natureza tem afetado a sobrevivência de vários seres e entre os mais ameaçados está a fêmea da espécie humana.

Tenho apenas um exemplar em casa, que mantenho com muito zelo e dedicação, mas na verdade acredito que é ela quem me mantém. Portanto, por uma questão de auto-sobrevivência, lanço a campanha:

SALVEM AS MULHERES!

Tomem aqui os meus poucos conhecimentos em fisiologia da feminilidade a fim de que preservemos os raros e preciosos exemplares que ainda restam:

HABITAT

Mulher não pode ser mantida em cativeiro. Se for engaiolada, fugirá ou morrerá por dentro. Não há corrente que as prenda e as que se submetem à jaula perdem o seu DNA. Você jamais terá a posse de uma mulher, o que vai prendê-la a você é uma linha frágil que precisa ser reforçada diariamente.

ALIMETAÇÃO CORRETA

Ninguém vive de vento. Mulher vive de carinho. Dê-lhe em abundância. É coisa de homem, sim, e se ela não receber de você vai pegar de outro. Beijos matinais e um 'eu te amo’ no café da manhã as mantém viçosas e perfumadas durante todo o dia. Um abraço diário é como a água para as samambaias. Não a deixe desidratar. Pelo menos uma vez por mês é necessário, senão obrigatório, servir um prato especial.

FLORES

Também fazem parte de seu cardápio – mulher que não recebe flores murcha rapidamente e adquire traços masculinos como rispidez e brutalidade.


RESPEITE A NATUREZA

Você não suporta TPM? Case-se com um homem. Mulheres menstruam, choram por nada, gostam de falar do próprio dia, discutir a relação? Se quiser viver com uma mulher, prepare-se para isso.

NÃO TOLHA A SUA VAIDADE

É da mulher hidratar as mechas, pintar as unhas, passar batom, gastar o dia inteiro no salão de beleza, colecionar brincos, comprar muitos sapatos, ficar horas escolhendo roupas no shopping. Entenda tudo isso e apoie.


CÉREBRO FEMININO NÃO É UM MITO

Por insegurança, a maioria dos homens prefere não acreditar na existência do cérebro feminino. Por isso, procuram aquelas que fingem não possuí-lo (e algumas realmente o aposentaram!). Então, aguente mais essa: mulher sem cérebro não é mulher, mas um mero objeto de decoração. Se você se cansou de colecionar bibelôs, tente se relacionar com uma mulher. Algumas vão lhe mostrar que têm mais massa cinzenta do que você. Não fuja dessas, aprenda com elas e cresça. E não se preocupe, ao contrário do que ocorre com os homens, a inteligência não funciona como repelente para as mulheres.


NÃO FAÇA SOMBRA À ELA


Aceite: mulheres também têm luz própria e não dependem de nós para brilhar. O homem sábio alimenta os potenciais da parceira e os utiliza para motivar os próprios. Ele sabe que, preservando e cultivando a mulher, ele estará salvando a si mesmo.

É, meu amigo, se você acha que mulher é caro demais, vire gay.

SÓ TEM MULHER QUEM PODE!!

Luiz Fernando Veríssimo

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Dar..

Por Luís Fernando Veríssimo




Dar é dar.
Fazer amor é lindo, é sublime, é encantador, é esplêndido.
Mas dar é bom pra cacete.
Dar é aquela coisa que alguém te puxa os cabelos da nuca...
Te chama de nomes que eu não escreveria...
Não te vira com delicadeza...
Não sente vergonha de ritmos animais.
Dar é bom.
Melhor do que dar, só dar por dar.
Dar sem querer casar....
Sem querer apresentar pra mãe...
Sem querer dar o primeiro abraço no Ano Novo.
Dar porque o cara te esquenta a coluna vertebral...
Te amolece o gingado...
Te molha o instinto.
Dar porque a vida é estressante e dar relaxa.
Dar porque se você não der para ele hoje, vai dar amanhã, ou depois de amanhã.
Tem pessoas que você vai acabar dando, não tem jeito.
Dar sem esperar ouvir promessas, sem esperar ouvir carinhos, sem esperar ouvir futuro.
Dar é bom, na hora.
Durante um mês.
Para os mais desavisados, talvez anos.
Mas dar é dar demais e ficar vazio.
Dar é não ganhar.
É não ganhar um eu te amo baixinho perdido no meio do escuro.
É não ganhar uma mão no ombro quando o caos da cidade parece querer te abduzir.
É não ter alguém pra querer casar, para apresentar pra mãe, pra daro primeiro abraço de Ano Novo e pra falar:'Que que cê acha amor?'.
É não ter companhia garantida para viajar.
É não ter para quem ligar quando recebe uma boa notícia.
Dar é não querer dormir encaixadinho...
É não ter alguém para ouvir seus dengos...
Mas dar é inevitável, dê mesmo, dê sempre, dê muito.
Mas dê mais ainda, muito mais do que qualquer coisa, uma chance ao amor.
Esse sim é o maior tesão.
Esse sim relaxa, cura o mau humor, ameniza todas as crises e faz você flutuar
Experimente ser amado...